quinta-feira, 5 de julho de 2012

2. - O PADRE JOÃO MARIA HAW - VIDA E OBRA - CONGREGAÇÕES





Só salvarei as almas se praticar a caridade
Pe. João Haw


João Maria Haw nasceu a 26 de Maio de 1871, em Schweich, na Alemanha. Os seus pais eram agricultores, mas João, o segundo de oito filhos, não tinha sido talhado para trabalhar a terra. Desde tenra idade sentiu o chamamento de Deus. E deste modo, foi ordenado sacerdote na catedral da sua diocese, em Trier. Tinha à altura 24 anos incompletos.

Durante algum tempo foi vigário paroquial em Holz, terra de mineiros. Foi aí que o jovem sacerdote conheceu a miséria e o sofrimento causados pelo alcoolismo. Este conhecimento e a experiência que aí adquiriu, levaram-no a empenhar todas as suas forças e capacidades na luta contra o abuso das bebidas alcoólicas. A acção por si desenvolvida nesse campo teve o reconhecimento do seu bispo, que o nomeou responsável diocesano dum Movimento para toda a Alemanha.

Em 1912 o Padre Haw adquiriu uma casa em Leutesdorf, à beira do Rio Reno, e transformou-a em centro de recuperação de alcoólicos, tendo pela primeira vez orientado para estes desafortunados um retiro espiritual. E isto, porque considerava que o aconselhamento e terapêuticas – mesmo que ministrados por pessoas com competência técnica especializada – não excluíam a ajuda espiritual que o sacerdote podia dispensar, muito especialmente aos crentes. Intentava dar às suas vidas um novo sentido, tornando-os mais capazes de resistir à dependência do álcool.

Para se poder dedicar inteiramente a esta missão espiritual, foi-se libertando, pouco a pouco, dos vários cargos que tinha no Movimento Anti-alcoólico e deu seguimento às suas ideias com a fundação da União de S. João, a 15 de Outubro de 1919, como movimento de renovação espiritual e de empenhamento social.

A partir da União de S. João Baptista desenvolveram-se duas congregações, que ainda hoje estruturam o seu núcleo central:
- a Congregação das Irmãs de S. João Baptista e Maria Rainha, no ano de 1928; e
- a Congregação dos Missionários de S. João Baptista, em 1948.

Têm ambas a sua sede em Leutesdorf e dedicam-se ao acolhimento e acompanhamento de pessoas sem-abrigo e com vidas destroçadas por razões múltiplas, em lares de idosos e a outras actividades de cariz sócio-caritativas, bem como no fortalecimento e aprofundamento da fé através de retiros e cursos, e edição de livros e jornais.

O Padre João Maria Haw teve um momento particularmente difícil na vida, quando em 1941 viu toda a sua obra ser dissolvida pelo regime nazi.
Foi aí, que como o salmista rezou ardentemente:

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor”.


Em 1945 as casas foram-lhe restituídas, tendo-se lançado com entusiasmo nas tarefas de reconstrução.

No dia 28 de Outubro de 1949 faleceu em Leutesdorf, mas a sua obra perdura.
Nesse mesmo dia, o seu bispo testemunhou: “Nele perdi um dos meus melhores sacerdotes. Vivia completamente da fé, fruto de verdadeiro amor e em tudo era sustentado por uma grande confiança na divina providência, o que foi tão digno de admiração e exemplo, sobretudo para os sacerdotes. Quanto bem fez aos seus contemporâneos durante a sua vida, só Deus o sabe. Realizar perfeitamente a santa Vontade de Deus, na alegria e na dor, era o sentido e a meta da sua vida”.

A fama de santidade que lhe era atribuída em vida, prolongou-se no tempo. São constantemente referidas inúmeras graças e favores, como consequência da sua intercessão junto de Deus.

Depois de múltiplas vicissitudes ocorridas durante décadas, as duas Congregações religiosas fundadas pelo Pe. João Haw, rejubilaram no dia 2 de Março de 2011 – na sede do Tribunal Diocesano de Trier, o Bispo Ackermann presidiu à Sessão de Abertura do seu Processo de Beatificação (fase Diocesana).

O seu espírito, que se deixou embeber totalmente pelo Amor de Deus e dos homens, continua a mover os religiosos que actuam na Igreja ao serviço dos mais pobres e desprotegidos, dos abandonados e de todos os que estão em perigo moral ou material.
O modelo de eleição do Padre João Maria Haw era João Baptista, esse santo cuja vida esteve totalmente orientada no sentido de preparação dos caminhos que Jesus haveria de percorrer; Jesus, o Cordeiro de Deus.
E S. João Baptista é o padroeiro da Obra por si fundada. João que está intimamente ligado a Cristo, que veio dar testemunho da Luz da Fé. Foi o Seu precursor, preparou-Lhe os caminhos, anunciou a Sua vinda e sofreu o martírio por amor à Verdade.

A par do seu emblemático entusiasmo na “expansão do Reino de Cristo”, o que mais caracterizava o Padre João Maria era a sua confiança inabalável em Deus.
Que essa sua confiança seja também nossa e, com ele, em todas as circunstâncias cantaremos:

“Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor...”

“Feliz quem conhece Jesus,
mais feliz quem O ama,
plenamente feliz aquele que d’Ele vive!”
Pe. João Haw



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